Estrutura Bella Vita

Estratégias de comunicação para pessoas que vivem com um diagnóstico de demência

Os progressos técnicos, científicos e sociais têm promovido o fenômeno do aumento da sobrevida da população, e essa tendência traz consigo uma maior incidência de doenças crônico degenerativas, como as demências.

Demência é uma síndrome caracterizada pela deterioração da memória e pelo menos mais uma função cognitiva (atenção, orientação, gnosias, funções executivas, praxias, linguagem, etc...).

A demência do tipo Alzheimer, é o diagnóstico mais presente nas histórias dos moradores das ILPIS que frequento nos últimos 20 anos em que trabalho como fonoaudióloga. Embora a grande preocupação seja as dificuldades de deglutição e seus riscos, tem sido também foco de atenção e intervenção as dificuldades de linguagem.

Os danos na linguagem do paciente vivendo com Alzheimer acompanham os estágios da doença. E se na fase inicial as alterações são discretas e quase imperceptíveis como anomias e substituição de palavras, nos estágios intermediários os idosos apresentas dificuldades no pensamento abstrato e danos mais evidentes da memória, tudo funciona mais no aqui e agora. Já em uma fase mais avançada encontramos sinais claros de afasia (transtorno de linguagem de causa neurológica).

As alterações de linguagem no idoso causam perdas na qualidade de vida, impedindo a comunicação de seus conteúdos e necessidades, dificultando a compreensão do mundo ao seu redor, gerando confusão, irritabilidade, sentimentos de inadequação e tristeza.

Buscando contemplar as necessidades e promover maior conforto e prazer em viver, precisamos nos atentar para estratégias comunicativas, otimizando nossa forma de falar e nos fazer entender.

DEMÊNCIA LEVE:

Use frases simples e curtas, em baixa velocidade de fala, dando uma instrução de cada vez, usando vocabulário simples e literal, converse sobre o presente.

Fique de frente para o idoso, na altura de seu olhar e diminua os ruídos competitivos.

DEMÊNCIA MODERADA:

Dê uma informação de cada vez, use perguntas simples e fechadas para que o paciente não se perca na resposta e enfatize as expressões faciais.

DEMÊNCIA GRAVE:

Use toques para manter a atenção do paciente, sempre mantendo o contato do olhar, correlacione nome e objeto e ações.

Lembrando que sempre é importante manter a entrada dos estímulos visuais auditivos otimizados, portanto é importante manter óculos e aparelhos auditivos em dia com sua manutenção e em uso.

E quando não houver mais a palavra, a fala...lembre-se que ainda existe o tocar, o olhar, a melodia da sua voz para o outro que te escuta, que também são formas de comunicar afeto, mas esta é uma outra conversa.

 

 

 

Fonoaudióloga Daniela Zanini

CRF/SC 8031